quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Perguntas e Respostas: Síndrome de Guillain-Barré



1 - O que é a Síndrome de Guillain-Barré?

Trata-se de uma doença de caráter autoimune, que acomete indivíduos que apresentaram alguma doença infecciosa aguda, entre 1-3 semanas antes. Portanto, um pequeno percentual de pessoas que apresentam alguma doença infecciosa (mesmo uma destas viroses) podem apresentar esta síndrome. Outros fatores precipitantes de menor importância são cirurgia, imunização e gravidez.


2– Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico da Síndrome de Guillain-Barré é primariamente clínico e com exame do líquor. No entanto, exames complementares são necessários para confirmar a impressão clínica e excluir outras causas de manifestações neurológicas.

3- Quais os sintomas dessa doença?

A maioria dos pacientes percebe inicialmente a doença através de sensação de fraqueza ou dormência nos membros inferiores e esta fraqueza vai ascendendo, de forma simétrica. Pode ocorrer também dormência nas mãos, dificuldade de deglutir e paralisia facial. A doença usualmente progride por 2 a 4 semanas.


4 – A Síndrome de Guillain-Barré leva à morte?

Os pacientes com Síndrome de Guillain-Barré podem morrer caso os cuidados de manutenção da ventilação, alimentação adequada e atenção neurológica não sejam realizados. Em geral a doença é regressiva e não deixa seqüelas, mas é preciso que, durante a fase aguda, o paciente esteja hospitalizado.


5 – É necessário ir a um serviço de saúde? Qual?

É sempre necessário para a confirmação do diagnóstico e internação, caso o diagnóstico seja confirmado, para iniciar o tratamento. A gravidade das manifestações clínicas define a complexidade da assistência médica e, se necessário, o uso de medicação específica. Procure a unidade de saúde mais próxima.

6 – Posso tomar medicamento por conta própria?

Nunca.


7 – Meu vizinho teve Zika e foi ao médico. Posso tomar os mesmos medicamentos receitados para ele?

Não é aconselhável.


8 – Se eu sentir dor em uma perna ou um braço significa que tenho a Síndrome de Guillain-Barré?

A dor nas pernas pode acompanhar o quadro das viroses sem necessariamente significar a Síndrome de Guillain-Barré. Todavia, se houver dificuldade em ficar em pé, fraqueza e/ou dormência progressiva nas extremidades dos membros inferiores ou superiores deve-se ir ao médico para afastar a possibilidade da Síndrome de Guillain-Barré. 

Nos casos da Síndrome, a sensação de fraqueza ou dormência nas extremidades das pernas e dos braços acontece de forma ascendente (de baixo para cima) e sempre simétrica, ou seja, nas duas pernas ao mesmo tempo e em proporção igual.


9 - Qual o tipo de tratamento que eu vou ter para a Síndrome de Guillain-Barré?


Existem dois tipos de tratamento para a Síndrome:
1)  Prevenção e manejo das doenças associadas;
2)  Tratamento da progressão dos sinais e sintomas visando menor tempo de recuperação e minimização das manifestações neurológicas. Não há necessidade de tratamento de manutenção fora da fase aguda da doença.
O tratamento específico da Síndrome de Guillain-Barré visa primordialmente acelerar o processo de recuperação, diminuindo as complicações associadas à fase aguda e as seqüelas a longo prazo. O paciente deve ser hospitalizado em unidades referenciadas para tratamento da Síndrome após ser diagnosticado.


10 – Vou ter que ficar internado? Quantos dias?

Os pacientes com Síndrome de Guillain-Barré necessitam ser inicialmente admitidos no hospital para avaliação da gravidade e, se confirmada a Síndrome, tratamento específico e observação rigorosa. O tempo de internação vai depender da intensidade das manifestações apresentadas pelo paciente.


11 - Que medicação vou tomar? Posso comprar na farmácia?

A imunoglobulina humana intravenosa (IGIV) tem sido o tratamento de escolha na maioria dos países. Esse medicamento ajuda a interromper a progressão da paralisia, por isso, deve ser imediatamente iniciado se julgado necessário pelo médico. Esta medicação é utilizada unicamente em unidades hospitalares.


12 – Quanto custa essa medicação?

O medicamento é de custo elevado, todavia tem fornecimento a 100% dos pacientes pelo Sistema Único de Saúde (SUS), não sendo encontrado nas farmácias. A duração e a quantidade da medicação dependem da prescrição médica e do peso de cada paciente.

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